Distorções cognitivas e a família disfuncional


Nem todas as famílias enfrentam questões envolvendo grandes conflitos. Algumas famílias não experimentam um conflito abertamente. As crianças podem aceitar os valores de seus pais, e ainda, permanecerem independentes e a ser ativos. Então, é importante evitar a rotulação de que todos os adolescentes são confrontacionais em sua busca pela independência.

Distorções cognitivas tem um grande impacto nos relacionamentos pais e adolescentes de muitas maneiras. Essas distorções podem ajudar a estabelecer posições rígidas que aumentam o comportamento mal adaptado, a raiva gerada por atribuições negativas, ou pensamento ilógico, que geralmente escala em hostilidade entre os membros da família. Há oito temas que descrevem este fenômeno:

1. Perfeccionismo - os pais esperam que seus filhos se comportem sem nenhuma falha. Ao mesmo tempo, os adolescentes vêem o pai como tendo sempre a resposta correta.

2. Ruinação - a crença de que se o adolescente se envolve em um comportamento mal adaptado, sempre haverá conseqüências catastróficas; não apenas a vida dos adolescentes será arruinada, mas também as vidas de outros membros da família. Da perspectiva do adolescente, restrições impostas pelos pais é que arruinarão a sua vida.

3. Justiça - a crença pelo adolescente que seus pais devem sempre tratá-lo justamente e que a vida deve ser justa para todo mundo.

4. Amor e aprovação - baseia-se no conceito que ninguém deveria ter segredos e que todo mundo deveria sempre aprovar o comportamento dos outros. Se você falha em confiar, está em falta com o amor ao outro ser humano.

5. Obediência - a crença dos pais que não importa o que eles digam o façam, os adolescentes devem aceitar sem questionamentos.

6. Auto acusação - um adolescente ou seus pais se recusam a aceitar censura por seus próprios erros; em vez disso acreditam que se o outro tivesse uma informação melhor ou tivesse agido de forma diferente, o erro não teria acontecido.

7. Intento malicioso - a visão de que se uma pessoa se comporta mal, tem o objetivo deliberado de ferir outros membros da família. A crítica e o comentário construtivo são visto como agressivos.

8. Autonomia - a crença dos adolescentes que eles deveriam ser capazes de fazer o que desejarem sem qualquer restrição à sua vontade.

Enquanto conselheiros, devemos perceber que essas distorsões servem a um propósito em algumas famílias não saudáveis. Elas podem providenciar um senso de equilíbrio e ajudam a família a evitar intimidade. Essas distorções podem mesmo de ser vistas como úteis em melhorar uma qualidade particularmente negativa.

Conclusões

Durante a adolescência de seus filhos, a tomada de decisão pelos pais torna-se mesmo mais difícil devido à complexidade de questões como disciplinas, frequência a aulas, intimidade sexual. O adolescente solicita constantemente mudanças nas regras, e nesse processo os pais podem ambivalência e podem jogar um pai contra o outro. Não é incomum que os pais discordem um do outro, mas quando eles são incapazes de resolver um conflito, o desacordo pode levar a um comportamento mal adaptado pelo adolescente.

Muitos dos problemas vistos em famílias disfuncionais com adolescentes também ocorrem famílias normais; no entanto, o índice de disfunção é muito maior em famílias que têm métodos mal adaptados de resolução de problemas. De fato, em muitas famílias disfuncionais questões relacionadas aos adolescentes são uma continuação das principais dificuldades dos pais. No entanto, um alvo implícito de toda família, mesmo a mais disfuncional delas, é o crescimento e preservação de seus membros.

Tipicamente, a emergência de um adolescente no ciclo de vida da família resulta em um período de confusão. Os parâmetros da família passam por uma avaliação contínua à medida em que os adolescentes passam pelo período de mudanças-fisiológico, cognitiva, emocional ou comportamental. Esse período de mudança necessita de uma serie de ajustamentos psicossociais dentro da família, e o maior deles é formado na tarefa desenvolvimental do adolescente de tornar-se independente de seus pais. Como a família reage ao conflito durante este período de ajustamento determina se um processo normal da adolescência será resolvido ou se eles resultaram em uma patologia e em um adolescente em risco.